Raízes...
Porque nós também somos as nossas raízes... apesar de nem sempre nos apercebemos claramente desse facto achei importante iniciar este blog justamente a falar deste tema.
Cresci a ouvir falar de um Moçambique longínquo em que o sol aquecia a alma e as pessoas viviam mais leves e descontraídas. Apesar da saudade com que ouvia a minha família e muitos amigos falarem daquela terra e da sua magia, sempre me senti algo distante dessa realidade.
A minha avó conta-me que quando era pequenita falava da minha terra como se me recordasse dela na realidade. As pessoas que agora leêm o meu livro, reconhecendo os lugares onde passaram nas suas descrições, interrogam-se como é que eu posso descrevê-los de determinada forma sem nunca lá ter estado (a não ser quando ainda era um bebé). Será que nos ficam gravados no espírito determinados factos, lugares e pessoas, mesmo sem disso chegarmos a adquirir consciência? Serão apenas recordações construídas a partir das memórias dos outros, das fotografias, das cassetes velhinhas do meu avô que o meu tio lá conseguiu passar para o vídeo... Não sei. Provavelmente nunca o saberei... Assim como não sei tantas e tantas outras coisas sobre o meu passado e as minhas raízes.Mas sei de uma coisa. Sei que as pessoas que me criaram, que me trouxeram a este mundo e me ajudaram a ser a pessoa que sou hoje falam da "nossa" terra com uma saudade e uma mágoa que me faz perceber, em crescendo, a importância de sabermos de onde viemos ainda que não saibamos exactamente para onde vamos. De alguma forma, o "Kanimambo" e as pessoas com quem me tenho cruzado por causa dele ajudaram-me a cimentar essa certeza... Inicialmente, chamei a este blog "Tânia Jorge", compreendam que só neste momento me apercebo que é imperioso mudar o seu nome. Vou chamar-lhe Raízes. Mantendo o Tânia Jorge como subtítulo...até porque o Jorge chega muito depois e acaba por ser um acrecento à pessoa que sou.
O que sinto agora é que nessa terra mágica onde nasci - e entendo cada vez melhor porque tanta gente me diz que tem orgulho em ter nascido em Moçambique - é que havia mesmo algo de diferente na maneira das pessoas se sentirem e de se relacionarem. E, da mesma forma que cheguei até aqui. Da mesma forma que soube que iria escrever o "Kanimambo" muito antes de imaginar que seria o seu título. Dessa mesma forma, sinto que agora vou conhecer ao vivo e a cores essa realidade. Quero conhecer pessoalmente as pessoas com quem tenho falado e trocado emails nos últimos meses. Quero poder dar-lhes um xi-coração apertadinho e dizer-lhes em viva voz "Kanimambo" e quero, definitavamente, pisar o chão da terra que me viu nascer, nem que seja para lhe dizer saudosa ou aliviada Hambanine ou Ambanine (ainda não percebi qual a modo correcto de escrever).
Depois desta minha primeira mensagem, vou fazer a divulgação de um evento que acredito possa ter interesse para muitas pessoas. Aproveito para lançar desde já o desafio àqueles que como eu por lá nasceram mas não se recordam bem de onde vieram e até se sentem mais portugueses de Portugal...vamos descobrir as nossas raízes, trocar ideias com as pessoas que se recordam da nossa terra e tentar perceber o porquê da magia...o porquê de tantos anos volvidos desejarem continuar a encontrar-se e a recordar...
Não quero dizer-vos Adeus. Nem Hambanine. Nem sequer "Tatá"... Prefiro um até breve, porque sei que voltarão e quem sabe um dia destes os nossos caminhos não se cuzam
Tânia
Cresci a ouvir falar de um Moçambique longínquo em que o sol aquecia a alma e as pessoas viviam mais leves e descontraídas. Apesar da saudade com que ouvia a minha família e muitos amigos falarem daquela terra e da sua magia, sempre me senti algo distante dessa realidade.
A minha avó conta-me que quando era pequenita falava da minha terra como se me recordasse dela na realidade. As pessoas que agora leêm o meu livro, reconhecendo os lugares onde passaram nas suas descrições, interrogam-se como é que eu posso descrevê-los de determinada forma sem nunca lá ter estado (a não ser quando ainda era um bebé). Será que nos ficam gravados no espírito determinados factos, lugares e pessoas, mesmo sem disso chegarmos a adquirir consciência? Serão apenas recordações construídas a partir das memórias dos outros, das fotografias, das cassetes velhinhas do meu avô que o meu tio lá conseguiu passar para o vídeo... Não sei. Provavelmente nunca o saberei... Assim como não sei tantas e tantas outras coisas sobre o meu passado e as minhas raízes.Mas sei de uma coisa. Sei que as pessoas que me criaram, que me trouxeram a este mundo e me ajudaram a ser a pessoa que sou hoje falam da "nossa" terra com uma saudade e uma mágoa que me faz perceber, em crescendo, a importância de sabermos de onde viemos ainda que não saibamos exactamente para onde vamos. De alguma forma, o "Kanimambo" e as pessoas com quem me tenho cruzado por causa dele ajudaram-me a cimentar essa certeza... Inicialmente, chamei a este blog "Tânia Jorge", compreendam que só neste momento me apercebo que é imperioso mudar o seu nome. Vou chamar-lhe Raízes. Mantendo o Tânia Jorge como subtítulo...até porque o Jorge chega muito depois e acaba por ser um acrecento à pessoa que sou.
O que sinto agora é que nessa terra mágica onde nasci - e entendo cada vez melhor porque tanta gente me diz que tem orgulho em ter nascido em Moçambique - é que havia mesmo algo de diferente na maneira das pessoas se sentirem e de se relacionarem. E, da mesma forma que cheguei até aqui. Da mesma forma que soube que iria escrever o "Kanimambo" muito antes de imaginar que seria o seu título. Dessa mesma forma, sinto que agora vou conhecer ao vivo e a cores essa realidade. Quero conhecer pessoalmente as pessoas com quem tenho falado e trocado emails nos últimos meses. Quero poder dar-lhes um xi-coração apertadinho e dizer-lhes em viva voz "Kanimambo" e quero, definitavamente, pisar o chão da terra que me viu nascer, nem que seja para lhe dizer saudosa ou aliviada Hambanine ou Ambanine (ainda não percebi qual a modo correcto de escrever).
Depois desta minha primeira mensagem, vou fazer a divulgação de um evento que acredito possa ter interesse para muitas pessoas. Aproveito para lançar desde já o desafio àqueles que como eu por lá nasceram mas não se recordam bem de onde vieram e até se sentem mais portugueses de Portugal...vamos descobrir as nossas raízes, trocar ideias com as pessoas que se recordam da nossa terra e tentar perceber o porquê da magia...o porquê de tantos anos volvidos desejarem continuar a encontrar-se e a recordar...
Não quero dizer-vos Adeus. Nem Hambanine. Nem sequer "Tatá"... Prefiro um até breve, porque sei que voltarão e quem sabe um dia destes os nossos caminhos não se cuzam
Tânia
sábado, 9 de outubro de 2010
A felicidade existe sim!
Mas é preciso aprender a encará-la como algo semelhante à brisa fresca que nos chega como um cheiro a maresia ou como o perfume das flores de um jardim. Porque nem sempre a brisa sopra e a felicidade nem sempre está!
A felicidade também pode ser um estado. Um estado de alma. Sou feliz por estar aqui. Por simplesmente estar aqui. Porque no fundo, lá no fundo da minha alma, sei que o escolhi!
Às vezes somos felizes só por recordar a felicidade que já sentimos. Por reviver os momentos lindos e ricos que nos foi possível viver.
Às vezes basta o sonho que recriamos mentalmente antes de adormecer e conseguirmos sonhá-lo!
A felicidade é feita de momentos preciosos que passam depressa demais! É preciso força e coragem para aceitar que os momentos, como tudo na vida, têm um princípio e um fim. Possivelmente para recomeçar tudo de novo em círculos sobre círculos…
Há uns dias vivi uns momentos de felicidade e magia que não sei ao certo se conseguirei descrever. Porque o que vivemos com o coração às vezes é impossível de traduzir na razão e colocar em palavras.
Fui jantar com um grupo de amigos. Um grupo especial, que apesar de recente para mim, tem pessoas que me preenchem e enriquecem de uma forma mágica e inebriante.Como a maioria de nós tem as mesmas origens longínquas em Moçambique, o lugar escolhido foi um espaço que tem tudo a ver com isso…desde a decoração à comida! Sabores e saberes…para viver, experimentar e sonhar!
Não se passou nada de extraordinário neste jantar. Comemos comida africana, bebi pela primeira vez a cerveja da minha terra natal (a famosa 2M de que eles tanto falam!), cantamos os Parabéns a dois amigos que tinham feito anos recentemente, rimos e conversamos sobre banalidades.
Tiramos fotografias. Muitas. Porque elas são uma maneira de imortalizar momentos, de gravar a realidade em imagens que ficam paradas no tempo…para quando o nosso coração quer recordar poder recorrer a elas e sorrir com os detalhes!
Depois fomos passear pelas ruas animadas de gente, cor e música da Invicta…sempre juntos, sempre em harmonia…sempre com sorrisos estampados no rosto de cada um e com um brilho de felicidade no olhar!
Paramos numa esplanada, conversamos sobre tudo e nada, rimos de disparates e brincadeiras…Éramos um grupo colorido e feliz!
No fim da noite, sorrimos na despedida porque apesar daquele momento ter chegado ao fim sabíamos que nos trazíamos uns aos outros no coração e que existirão muitos momentos com aquele.
Isto foi apenas um exemplo pequenino de como coisas simples e descomplicadas podem trazer momentos felizes à nossa vida.
No fundo, o que quero dizer é que muitas vezes nos perdemos em busca da FELICIDADE, de uma coisa abstracta e total, de algo perfeito que dificilmente existirá, e o tempo passa e com ele passam-nos ao lado pequenas coisas, gestos, momentos e palavras…que nos fazem felizes se o nosso coração estiver aberto a isso.
Como li algures: ”A Felicidade não é um fim, é o caminho”…
Olhemos com atenção a paisagem! É preciso entender, e sobretudo aceitar, para não ter de sofrer e chorar quando um fim se aproxima. Ou então chorar (porque faz parte do sentir!) mas conseguir que um sorriso final ultrapasse as lágrimas lembrando-nos que haverá outros momentos de felicidade!
Espreitem, comentem e votem no site da Rádio Sempre!!!
Tânia Jorge
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