
(Um sonho ou terá sido apenas a minha imaginação?)
Era uma praia. Uma praia deserta. A areia era muito fina e branca e estava morna. A água era límpida e cristalina e o mar estava calmo, como se fosse um lago. O único som que se ouvia era o sussuro das ondas a tocarem levemente na areia.
Era uma praia pequena cercada por rochas, em algumas delas formavam-se pequenas poças, resquícios da maré cheia. E havia conchas. Conchinhas lindas em tons pérola e rosa.
Ela também estava lá, sentada numa dessas rochas, a contemplar deslumbrada toda a beleza daquele lugar paradisíaco. Vestia apenas um leve vestido branco e apesar do sol ainda estar quente, uma brisa suave acariciava todo o seu corpo, de modo que não sentia calor.
O fim da tarde aproximava-se e o céu mostrava já umas pinceladas cor de fogo desenhando-se no horizonte, tornado ainda mais encantadora a paisagem.
Ao longe, muito ao longe, descortinou um barco…
Caminhou até junto do mar e sentou-se na areia molhada. Começou a fazer um castelo. Porém a maré começava agora a subir e as ondas desmoronavam lenta mas implacavelmente a sua frágil construção…e ela refazia pacientemente uma e outra vez, esculpindo com as mãos as ameias e enfeitando-as com pequenas conchas.
O sol estava quase a dar lugar à lua e às estrelas…em breve teria de regressar a casa.
Olhou de novo o mar para se despedir e não foi capaz de resistir ao convite que lele lhe fazia. Não lhe bastava contemplá-lo, bebê-lo com o olhar e sentir o seu odor. Tinha de sentir o seu sabor. Precisava de tocá-lo e deixá-lo tocar-lhe…
Queria senti-lo profundamente, deixá-lo penetrar em cada poro da sua pele, tentar absorver de algum modo a magia daquele lugar.
Deixou escorregar o vestido e entrou na água. Um arrepio de prazer percorreu cada centímetro do seu corpo. Mergulhou e nadou um pouco…
O sol, no horizonte, brindava-a com os seus últimos raios como num derradeiro adeus.
Foi então que olhou a praia e o viu… Contemplava-a com um sorriso a bailar-lhe no olhar e não esperou por um convite para entrar também na água morna e transparente. Ou talvez o próprio mar, no seu silêncio, lhe tenha feito um convite irrecusável.
Nadou até junto dela e puxou-a para junto dele. Ela deixou-se conduzir como que hipnotizada por toda aquela magia. Depois ele uniu os seus lábios aos dela e beijou-a. Beijou-a num beijo profundo que se misturou com o mar, o sal, a areia, o sol, a lua e as estrelas.
Nadaram ambos até à praia e deitaram-se junto à água a descobrir as primeiras estrelas a salpicarem o céu. Sempre sem falar…que “o silêncio é um pouco do céu que chega até nós”.
Ficaram assim deitados lado a lado, em silêncio, um tempo que que não souberam contar. Quando ela ia quebrar a magia do momento, ele selou-lhe os lábios com um beijo longo e profundo e tocou-lhe ao de leve o corpo molhado…
Deixo-vos as reticências, a página entreaberta….
Talvez para a semana continue a partir daqui, desenrolando um novelo que nem eu mesma sei onde poderá chegar.
Ou talvez não. Talvez opte por deixar-vos esses três pontinhos que deixam na boca (ou noutro lugar qualquer) aquele gostinho (salgado ou doce) de curiosidade…
E, se em vez de ficarem apenas a imaginar, a imaginar…pegarem nas minhas reticências e lhes derem um rumo, um caminho a seguir!?
Até para a semana!!!
Tânia Jorge
PS - Não se esqueçam de visitar o site da Rádio Sempre para comentar, opinar e votar. Além deste meu cenário vão encontrar muitos outros "cenários" que certamente vão apreciar :-)
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