Raízes

A minha foto
Nasci a 30 de Abril de 1975 em Lourenço Marques (actual Maputo)mas vim para Portugal com apenas 11 meses de idade por isso não me lembro da minha terra natal. Aquela que passei a considerar a minha terra foi Santarém, capital de um Ribatejo que agora pelos vistos foi abolido. Foí aí que cresci, que andei na escola, que fiz grandes amigos e vivi os meus primeiros amores. Quando me perguntam de onde sou, habitualmente, respondo sem pensar que sou de Santarém... Depois chegou a hora de bater as asas do ninho e fui para Braga estudar. Licenciei-me em Comunicação Social pela Universidade do Minho. Actualmente vivo na Maia, ou nos seus arredores, trabalho na área dos recursos humanos e tenho dois filhotes. Durante algum tempo, deixei adormecida esta minha paixão pela escrita que foi o motor que me fez enveredar pelo curso de Comunicação. Mas agora ela despertou...

Raízes...

Porque nós também somos as nossas raízes... apesar de nem sempre nos apercebemos claramente desse facto achei importante iniciar este blog justamente a falar deste tema.
Cresci a ouvir falar de um Moçambique longínquo em que o sol aquecia a alma e as pessoas viviam mais leves e descontraídas. Apesar da saudade com que ouvia a minha família e muitos amigos falarem daquela terra e da sua magia, sempre me senti algo distante dessa realidade.
A minha avó conta-me que quando era pequenita falava da minha terra como se me recordasse dela na realidade. As pessoas que agora leêm o meu livro, reconhecendo os lugares onde passaram nas suas descrições, interrogam-se como é que eu posso descrevê-los de determinada forma sem nunca lá ter estado (a não ser quando ainda era um bebé). Será que nos ficam gravados no espírito determinados factos, lugares e pessoas, mesmo sem disso chegarmos a adquirir consciência? Serão apenas recordações construídas a partir das memórias dos outros, das fotografias, das cassetes velhinhas do meu avô que o meu tio lá conseguiu passar para o vídeo... Não sei. Provavelmente nunca o saberei... Assim como não sei tantas e tantas outras coisas sobre o meu passado e as minhas raízes.Mas sei de uma coisa. Sei que as pessoas que me criaram, que me trouxeram a este mundo e me ajudaram a ser a pessoa que sou hoje falam da "nossa" terra com uma saudade e uma mágoa que me faz perceber, em crescendo, a importância de sabermos de onde viemos ainda que não saibamos exactamente para onde vamos. De alguma forma, o "Kanimambo" e as pessoas com quem me tenho cruzado por causa dele ajudaram-me a cimentar essa certeza... Inicialmente, chamei a este blog "Tânia Jorge", compreendam que só neste momento me apercebo que é imperioso mudar o seu nome. Vou chamar-lhe Raízes. Mantendo o Tânia Jorge como subtítulo...até porque o Jorge chega muito depois e acaba por ser um acrecento à pessoa que sou.
O que sinto agora é que nessa terra mágica onde nasci - e entendo cada vez melhor porque tanta gente me diz que tem orgulho em ter nascido em Moçambique - é que havia mesmo algo de diferente na maneira das pessoas se sentirem e de se relacionarem. E, da mesma forma que cheguei até aqui. Da mesma forma que soube que iria escrever o "Kanimambo" muito antes de imaginar que seria o seu título. Dessa mesma forma, sinto que agora vou conhecer ao vivo e a cores essa realidade. Quero conhecer pessoalmente as pessoas com quem tenho falado e trocado emails nos últimos meses. Quero poder dar-lhes um xi-coração apertadinho e dizer-lhes em viva voz "Kanimambo" e quero, definitavamente, pisar o chão da terra que me viu nascer, nem que seja para lhe dizer saudosa ou aliviada Hambanine ou Ambanine (ainda não percebi qual a modo correcto de escrever).
Depois desta minha primeira mensagem, vou fazer a divulgação de um evento que acredito possa ter interesse para muitas pessoas. Aproveito para lançar desde já o desafio àqueles que como eu por lá nasceram mas não se recordam bem de onde vieram e até se sentem mais portugueses de Portugal...vamos descobrir as nossas raízes, trocar ideias com as pessoas que se recordam da nossa terra e tentar perceber o porquê da magia...o porquê de tantos anos volvidos desejarem continuar a encontrar-se e a recordar...
Não quero dizer-vos Adeus. Nem Hambanine. Nem sequer "Tatá"... Prefiro um até breve, porque sei que voltarão e quem sabe um dia destes os nossos caminhos não se cuzam
Tânia

sábado, 23 de outubro de 2010

Cenário Imaginado....




(Um sonho ou terá sido apenas a minha imaginação?)

Era uma praia. Uma praia deserta. A areia era muito fina e branca e estava morna. A água era límpida e cristalina e o mar estava calmo, como se fosse um lago. O único som que se ouvia era o sussuro das ondas a tocarem levemente na areia.

Era uma praia pequena cercada por rochas, em algumas delas formavam-se pequenas poças, resquícios da maré cheia. E havia conchas. Conchinhas lindas em tons pérola e rosa.



Ela também estava lá, sentada numa dessas rochas, a contemplar deslumbrada toda a beleza daquele lugar paradisíaco. Vestia apenas um leve vestido branco e apesar do sol ainda estar quente, uma brisa suave acariciava todo o seu corpo, de modo que não sentia calor.

O fim da tarde aproximava-se e o céu mostrava já umas pinceladas cor de fogo desenhando-se no horizonte, tornado ainda mais encantadora a paisagem.
Ao longe, muito ao longe, descortinou um barco…

Caminhou até junto do mar e sentou-se na areia molhada. Começou a fazer um castelo. Porém a maré começava agora a subir e as ondas desmoronavam lenta mas implacavelmente a sua frágil construção…e ela refazia pacientemente uma e outra vez, esculpindo com as mãos as ameias e enfeitando-as com pequenas conchas.

O sol estava quase a dar lugar à lua e às estrelas…em breve teria de regressar a casa.

Olhou de novo o mar para se despedir e não foi capaz de resistir ao convite que lele lhe fazia. Não lhe bastava contemplá-lo, bebê-lo com o olhar e sentir o seu odor. Tinha de sentir o seu sabor. Precisava de tocá-lo e deixá-lo tocar-lhe…

Queria senti-lo profundamente, deixá-lo penetrar em cada poro da sua pele, tentar absorver de algum modo a magia daquele lugar.

Deixou escorregar o vestido e entrou na água. Um arrepio de prazer percorreu cada centímetro do seu corpo. Mergulhou e nadou um pouco…

O sol, no horizonte, brindava-a com os seus últimos raios como num derradeiro adeus.

Foi então que olhou a praia e o viu… Contemplava-a com um sorriso a bailar-lhe no olhar e não esperou por um convite para entrar também na água morna e transparente. Ou talvez o próprio mar, no seu silêncio, lhe tenha feito um convite irrecusável.

Nadou até junto dela e puxou-a para junto dele. Ela deixou-se conduzir como que hipnotizada por toda aquela magia. Depois ele uniu os seus lábios aos dela e beijou-a. Beijou-a num beijo profundo que se misturou com o mar, o sal, a areia, o sol, a lua e as estrelas.

Nadaram ambos até à praia e deitaram-se junto à água a descobrir as primeiras estrelas a salpicarem o céu. Sempre sem falar…que “o silêncio é um pouco do céu que chega até nós”.

Ficaram assim deitados lado a lado, em silêncio, um tempo que que não souberam contar. Quando ela ia quebrar a magia do momento, ele selou-lhe os lábios com um beijo longo e profundo e tocou-lhe ao de leve o corpo molhado…

Deixo-vos as reticências, a página entreaberta….

Talvez para a semana continue a partir daqui, desenrolando um novelo que nem eu mesma sei onde poderá chegar.

Ou talvez não. Talvez opte por deixar-vos esses três pontinhos que deixam na boca (ou noutro lugar qualquer) aquele gostinho (salgado ou doce) de curiosidade…

E, se em vez de ficarem apenas a imaginar, a imaginar…pegarem nas minhas reticências e lhes derem um rumo, um caminho a seguir!?

Até para a semana!!!

Tânia Jorge

PS - Não se esqueçam de visitar o site da Rádio Sempre para comentar, opinar e votar. Além deste meu cenário vão encontrar muitos outros "cenários" que certamente vão apreciar :-)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Divagações...

Esta semana foi a minha 5ª participação da Escritora da Noite na Rádio Sempre...
Fica um cheirinho...

"(...)Não sei se algum dia conseguirei deixar de ter esta sensação...
Não sei se algum dia conseguirei deixar de sentir...

Estás longe, não nos vemos, não tocamos, não nos falamos sequer...já nem tenho a certeza se existes. Se escrevesse a nossa história provavelmente daria a sensação de uma fantasia demasiado surrealista para ter fundamento numa verdade qualquer. Deve ser por isso que sempre que começo a escrevê-la desisto...Mas sei (porque o sinto) que um dia acabarei por escrevê-la. (...)

Agora espreitem o antes e o depois, comentem e votem no site da Rádio Sempre!

Boa semana!

sábado, 9 de outubro de 2010


A felicidade existe sim!

Mas é preciso aprender a encará-la como algo semelhante à brisa fresca que nos chega como um cheiro a maresia ou como o perfume das flores de um jardim. Porque nem sempre a brisa sopra e a felicidade nem sempre está!

A felicidade também pode ser um estado. Um estado de alma. Sou feliz por estar aqui. Por simplesmente estar aqui. Porque no fundo, lá no fundo da minha alma, sei que o escolhi!

Às vezes somos felizes só por recordar a felicidade que já sentimos. Por reviver os momentos lindos e ricos que nos foi possível viver.

Às vezes basta o sonho que recriamos mentalmente antes de adormecer e conseguirmos sonhá-lo!

A felicidade é feita de momentos preciosos que passam depressa demais! É preciso força e coragem para aceitar que os momentos, como tudo na vida, têm um princípio e um fim. Possivelmente para recomeçar tudo de novo em círculos sobre círculos…

Há uns dias vivi uns momentos de felicidade e magia que não sei ao certo se conseguirei descrever. Porque o que vivemos com o coração às vezes é impossível de traduzir na razão e colocar em palavras.

Fui jantar com um grupo de amigos. Um grupo especial, que apesar de recente para mim, tem pessoas que me preenchem e enriquecem de uma forma mágica e inebriante.Como a maioria de nós tem as mesmas origens longínquas em Moçambique, o lugar escolhido foi um espaço que tem tudo a ver com isso…desde a decoração à comida! Sabores e saberes…para viver, experimentar e sonhar!

Não se passou nada de extraordinário neste jantar. Comemos comida africana, bebi pela primeira vez a cerveja da minha terra natal (a famosa 2M de que eles tanto falam!), cantamos os Parabéns a dois amigos que tinham feito anos recentemente, rimos e conversamos sobre banalidades.

Tiramos fotografias. Muitas. Porque elas são uma maneira de imortalizar momentos, de gravar a realidade em imagens que ficam paradas no tempo…para quando o nosso coração quer recordar poder recorrer a elas e sorrir com os detalhes!

Depois fomos passear pelas ruas animadas de gente, cor e música da Invicta…sempre juntos, sempre em harmonia…sempre com sorrisos estampados no rosto de cada um e com um brilho de felicidade no olhar!

Paramos numa esplanada, conversamos sobre tudo e nada, rimos de disparates e brincadeiras…Éramos um grupo colorido e feliz!

No fim da noite, sorrimos na despedida porque apesar daquele momento ter chegado ao fim sabíamos que nos trazíamos uns aos outros no coração e que existirão muitos momentos com aquele.

Isto foi apenas um exemplo pequenino de como coisas simples e descomplicadas podem trazer momentos felizes à nossa vida.

No fundo, o que quero dizer é que muitas vezes nos perdemos em busca da FELICIDADE, de uma coisa abstracta e total, de algo perfeito que dificilmente existirá, e o tempo passa e com ele passam-nos ao lado pequenas coisas, gestos, momentos e palavras…que nos fazem felizes se o nosso coração estiver aberto a isso.

Como li algures: ”A Felicidade não é um fim, é o caminho”…

Olhemos com atenção a paisagem! É preciso entender, e sobretudo aceitar, para não ter de sofrer e chorar quando um fim se aproxima. Ou então chorar (porque faz parte do sentir!) mas conseguir que um sorriso final ultrapasse as lágrimas lembrando-nos que haverá outros momentos de felicidade!



Espreitem, comentem e votem no site da Rádio Sempre!!!

Tânia Jorge

sábado, 2 de outubro de 2010

A Fénix

A minha colaboração desta semana na "Rádio Sempre" é dedicada a todas as minhas Estrelas, Folhas, Fénix...não importa o nome que lhes dou. Importa que estão no meu coração.
Para as mais próximas e as mais distantes!
Para aquelas que de algum modo fui perdendo pelo caminho mas que permanecem na minha memória e no meu coração!
Para mim própria que às vezes me esqueço que também sou uma Fénix :-)
Espero que gostem!

A Fénix

Já ouviram falar da fénix ? A Fénix era um pássaro maior do que uma águia. As suas penas eram brilhantes em tons dourados e arroxeados e uma das suas principais características era a força que possuía, tornando-a capaz de suportar cargas pesadíssimas.

Os gregos comparavam-na com o Sol que nasce e morre todos os dias. Os egípcios associavam-na à estrela “Sótis” (estrela de cinco pontas) e acreditavam que esta ave podia transformar-se em fogo. Na China foi o símbolo da felicidade, da liberdade, da inteligência e da força e no início da era Cristã simbolizou Cristo ressuscitado em todo o seu esplendor.

A mitologia é rica em descrições desta ave misteriosa. As suas capacidades milagrosas, a sua longa vida e a extraordinária capacidade de renascimento transformaram-na num símbolo da imortalidade e do renascimento espiritual.

Não sou uma estudiosa da matéria nem ambiciono sê-lo…no entanto confesso-vos que a Fénix, sobretudo a descrita na mitologia grega me fascinou. De acordo com esta, a Fénix era um pássaro que ao morrer entrava em auto-combustão. O mito reza que este pássaro, quando sentia que a morte estava próxima, construía a sua própria pira e nela se consumia até se transformar em cinzas. E, dessas cinzas, erguia-se uma nova fénix mais forte, mais bela e mais poderosa.

Não posso afirmar se esta ave existiu ou não mas decerto terá existido algo porque acredito que quase sempre “não há fumo sem fogo”. Não me preocupei sequer em aprofundar o estudo porque cheguei há algum tempo a uma conclusão - existem pessoas que são Fénix! Existem pessoas que têm, ou vão adquirindo, essa magnífica capacidade de renascerem das cinzas de si próprias: cada vez mais belas, cada vez mais fortes, cada vez mais sábias e cientes do caminho que têm a percorrer. E digo-vos mais: acredito que em cada um de nós existe uma Fénix. E foi por esse motivo que decidi falar-vos da Fénix esta semana.

Ao longo do meu caminho fui conhecendo algumas fénix e achei que, mais do que homenageá-las, era importante lembrar-nos… A vocês e a mim (porque me perco nos devarios de todos os dias e me esqueço!) de que todos possuímos essa capacidade bela e indescritível de nos redescobrirmos e de renascermos de nós próprios nas mais variadas situações da vida.

Às vezes – ainda não atingi porquê mas confesso que tenho esperança de lá chegar – a vida coloca-nos perante situações em que nos sentimos perder a força, em que nos sentimos injustiçados (maltrados até!) , em que pensamos “Bolas, eu não mereço isto! Porquê a mim? E a mim outra vez?”. Sobretudo quando sabemos que até nos esforçamos por ser “boas pessoas” (e o que é isso afinal?), em fazer o que é certo (alguém mo define?) e em traçar um rumo lógico e coerente para a nossa vida!

Podia contar-vos histórias de algumas Fénix fantásticas (de ambos os sexos, embora confesse que na sua maioria são mulheres – talvez porque a capacidade de gerar vidas com toda a glória e sofrimento que isso implica nos torne de algum modo mais hábeis a regenerar-nos) mas para isso teria de escrever um livro e não um texto. Assim, escolhi uma Fénix que me tem acompanhado nos últimos anos e com quem já morri e renasci algumas vezes.

Conhecemo-nos desde adolescentes mas não éramos amigas. Frequentamos o mesmo liceu, tivemos amigos em comum e o acaso (no qual eu não acredito) fez com que fossemos ambas tirar o mesmo curso superior, na mesma turma, numa cidade longe de casa. Ficamos amigas aos 18 anos. Nunca tivémos muitos gostos em comum. Gostamos de géneros de música e de filmes distintos e demo-nos com tipos de pessoas diferentes. Mas fomos sendo amigas ao longo de todos estes anos. Mesmo ficando meses sem falar ou sem nos ver, sempre fizemos parte da vida uma da outra.

Há uns meses, quase um ano, a minha amiga descobriu um caroço no peito. Tinha feito exames específicos há menos de 6 meses e não havia ali nada. No entanto, um belo dia ele estava lá e sentia-o tão bem que não o podia negar. Isto aconteceu depois de meses a tratar uma depressão em que desejou não viver mais, do fim de um relacionamento complicado e no início de um novo emprego. Foi tudo muito rápido. Entre a descoberta do intruso, à confirmação de que vinha fazer mal e a operação.

Quando ela me deu a notícia pelo telefone fiquei sem ar. Foi como se me tivessem cortado a respiração por momentos e preocupei-me a todo o custo em disfarçar. Nessa noite chorei muito, lembrei-me das quase discussões que tivera com ela nos últimos meses à custa da depressão, dos raspanetes às vezes demasiado ríspidos e directos que lhe passei quando ela se “passava” e dizia que não tinha vontade de viver mais!!! Tinha vivido alguns meses um bocado desesperantes a tentar ajudar uma amiga que via a cair num buraco negro no qual eu já me havia uma vez afundado. Por isso, nessa noite, enquanto chorava por toda a situação, não conseguia deixar de pensar que ela estava a colher o que tinha semeado e que o que tanto tinha desejado lhe podia agora acontecer! Desculpa, amiga, mas foram estes os pensamentos que me atropelaram na avalanche de emoções que senti nessa noite!

Depois do choque inicial da notícia, não houve momento algum em que não acreditasse do fundo do meu coração que ela ia ficar bem. Mas ela ajudou-me muito nisso! Mostrou-me uma força, uma calma e uma determinação que me fizeram perceber (uma vez mais) que temos uma Fénix cá dentro e que nas situações mais desesperantes, mais sofridas e dolorosas somos capazes de renascer e dar a volta por cima.

Passado quase 1 ano, depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro, de meses de quimioterapia intensiva que a deixou carequinha (sempre te achei linda de lencinho!), das sessões de radioterapia que lhe queimaram o peito e magoaram a alma, sem nunca parar de trabalhar (durante uns tempos a partir de casa!) e de me habituar a viver como se o facto de uma das minhas melhores amigas, com 35 anos de idade, ter um cancro fosse uma coisa perfeitamente normal e corriqueira, o pesadelo está a terminar. A radioterapia chegou ao fim e a minha amiga voltou à vida cá fora. Regressou ao seu trabalho e às rotinas e acredita na vida de uma maneira totalmente nova.

Como ela diz vai haver sempre uma sombra mas nenhuma de nós tem dúvidas de que ela venceu a batalha! E renasceu, qual Fénix, uma nova pessoa mais madura, mais consciente e de alguma forma mais feliz!

Eu só lhe posso agradecer por ser uma Fénix e por existir na minha vida!

in Rádio Sempre